27 julho 2007

Novo Parque Nacional em Timor-Leste

Acabei de ser informada que foi aprovado o primeiro Parque Nacional em Timor-Leste, o Parque Nacional Nino Konis Santana.

Muitos motivos para festejar a proteccao de uma area verdadeiramente bonita na ponta leste desta ilha.

26 julho 2007

Uma noite tranquila.

Hoje foi uma noite tranquila por terras do Sr. Crocodilo. As crianças brincaram na rua até tarde. Os meus vizinhos entraram e sairam de casa varias vezes durante a noite. O vizinho da frente tocou guitarra para as crianças cantarem e mais tarde deu ele o concerto. O rádio apenas diz que a situação está calma em Díli. Correcção, há – como é hábito – problemas no Bairro Pité.

Kalem di'ak.

P.S. – R.: ao leres a última frase deste post já sabes que quando chegares cá encontrarás tudo como deixaste...
P.P.S. – R.: foi só terminar a frase para ouvir o rádio dizer que a situação já está calma.

25 julho 2007

Em casa, a 16.000 km de casa.

Mudei-me este Sábado e é muito bom estar na minha casinha côr-de-rosa. (Sim, eu que desde nova nutro um ódio especial por côr-de-rosa – geralmente dá-me arrepios - encontrei uma casa fabulosa, onde o interior da casa é todo dessa fantastica côr.) O meu gato preto é lindo e muito fofinho e mimado – faz-me lembrar os dois que não vejo faz já 3 meses e uns dias... Sinto-me em casa. Totalmente à vontade e instalada. A mobília feita na carpintaria do Sr. Jorge é um luxo, faltam apenas umas coisas que gostava de encomendar, mas está quase tudo. O alpendre já está mobilado, tenho mais um banco comprido do que estava à espera e falta só a mesa. É bom.
Comecei a escrever este post no Domingo à noite. Era a minha segunda noite na casa e havia alguma animação (leia-se tensão e actividades consequentes dessa tensão) no bairro. Felizmente, na minha rua nunca há esse tipo de animação. Na altura escrevi o seguinte:
“Tenho o melhor segurança de todos os tempos. Note-se a enorme diferença entre os seguranças que tenho aqui e os que estão na casa que deixei:
Em Comoro, onde morei até ontem:
Mesmo com agitação pela cidade o portão continua destrancado, o J. bebe Tua e adormece ao lado do gerador, que faz um barulho ensurdecedor, e do radio que está aos altos berros a 2cm da cara dele. O M. e filhos andam por um sítio qualquer, talvez a tentar cortar mais uma árvore do jardim porque está muito perto da casa... a noção de que a sombra da árvore tem a fantástica consequência de se poder ter uma temperatura agradável dentro de casa, não existe... Ao longo dos anos, julgo que já lhe devem ter explicado a lógica mais de umas 50 vezes... O L. não sei onde anda. Não o vejo há já alguns dias. Possivelmente foi ao Suai e não disse nada.
Agora, em Vila Verde:
O E., o J. e o Tio V. recebem-me com grandes sorrisos. Ajudam-me a tirar as coisas do carro. Abrem o portão sempre. Fazem sempre uma grande festa, afinal de contas sou amiga da M. de quem gostam muito e que viveu cá em casa 2 anos. O Tio V. hoje decidiu dar-me um grande abraço, não fala Português há muito tempo e agora vai falar todos os dias, diz-me isto com uma enorme alegria e dá-me mais um abraço forte. Esta equipa maravilha a 3 anda mesmo a patrulhar a casa e o jardim. No Sábado o E. deu-me instruções (mais pareciam ordens) para dormir numa divisão específica para não ouvir os distúrbios que acontecem de vez em quando. E o melhor foi agora (por volta das 2045 de Domingo), quando o E. me ligou e a conversa seguiu mais ou menos assim:
- Mana, onde anda?
- Estou em casa E.! Diz, está tudo bem?
- Mana, fica em casa. Hoje não sai. Se tiver de sair, não mostrar identificação UNDP nem Portugal.
- Porquê E.?
- Major falou. Crise. Advogado Português. Mana, fica em casa. Não sai.
- Obrigada E. Uma boa noite para ti e para a D.
- Mana, se precisar de alguma coisa liga. (Maneira simpática do E. me dizer que se tiver medo, para lhe ligar que ele e a D. estão aqui ao lado.)

Logo a seguir ligou-me a S., dei-lhe o recado do E., orgulhosa de ter o melhor segurança de sempre. Meia hora depois recebemos (nós, ONUentos) um SMS do nosso chefe de segurança a dizer para ficarmos em casa que havia festa pela cidade. (Obrigada, mas já tinha sido avisada!!!) Com o rádio ao meu lado (é o meu novo melhor amigo) vou ouvindo os diferente relatos sobre os acontecimentos pela cidade, ouço os helicopetros a andarem no ar e os nossos GNRs (espero que sejam eles pois a eficiência deles versus a de outras forças que cá andam, é reconhecida por todas as partes) a patrulharem o meu bairro.”
E aqui estou, contente e feliz, numa casa com alpendre, gato, portas exteriores com rede mosquiteira, mobilia da carpintaria Uai Mori, ventoinhas no tecto, candelabro da sala muito especial com quatro cores, azulejos com pinguins na casa de banho e mais uma data de coisas especiais que tornam este fantastico “pink palace” (como já me disseram que é conhecida a casa) na minha home away from home.
Há uma cama extra para quem me quiser vir visitar, ou para quem já não conseguir sair do bairro depois de me vir visitar...! 
E para terminar este longo post, fica aqui a mais recente mensagem transmitida pelo meu novo melhor amigo: To all stations, to all stations, this is S.B. The security situation in Dili remains...: calm. This is S.B. OUT.

04 julho 2007

Epoca das despedidas

E pronto... la foi o segundo...

Boa viagem Chefe! Em Agosto encontramo-nos por terras lusas.

Com um Brilhozinho nos Olhos

Com um brilhozinho nos olhos
e a saia rodada
escancaraste a porta do bar
trazias o cabelo aos ombros
passeando de cá para lá
como as ondas do mar.
Conheço tão bem esses olhos
e nunca me enganam,
o que é que aconteceu, diz lá
é que hoje fiz um amigo
e coisa mais preciosa
no mundo não há.

Com um brilhozinho nos olhos
metemos o carro
muito à frente, muito à frente dos bois
ou seja, fizemos promessas
trocamos retratos
trocamos projectos os dois
trocamos de roupa, trocamos de corpo,
trocamos de beijos, tão bom, é tão bom
e com um brilhozinho nos olhos
tocamos guitarra
p'lo menos a julgar pelo som

E que é que foi que ele disse?
E que é que foi que ele disse?
Hoje soube-me a pouco. [x4]
passa aí mais um bocadinho
que estou quase a ficar louco
Hoje soube-me a tanto [x4]
portanto,
Hoje soube-me a pouco

Com um brilhozinho nos olhos
corremos os estores
pusemos a rádio no "on"
acendemos a já costumeira
velinha de igreja
pusemos no "off" o telefone
e olha, não dá p'ra contar
mas sei que tu sabes
daquilo que sabes que eu sei
e com um brilhozinho nos olhos
ficamos parados
depois do que não te contei

Com um brilhozinho nos olhos
dissemos, sei lá
o que nos passou pela tola [o que nos passou pelo goto]
do estilo és o "number one"
dou-te vinte valores
és um treze no totobola [és o seis do meu totoloto]
e às duas por três
bebemos um copo
fizemos o quatro e pintámos o sete
e com um brilhozinho nos olhos
ficamos imóveis
a dar uma de "tête a tête"

E que é que foi que ele disse?
...

E com um brilhozinho nos olhos
tentamos saber
para lá do que muito se amou
quem éramos nós
quem queríamos ser
e quais as esperanças
que a vida roubou
e olhei-o de longe
e mirei-o de perto
que quem não vê caras
não vê corações
com um brilhozinho nos olhos
guardei um amigo
que é coisa que vale milhões.

E que é que foi que ele disse?



Sergio Godinho

02 julho 2007

Abriu a epoca...

... das despedidas.

A epoca iniciou hoje e preve-se grande intensidade de actividade no decorrer dos proximos dias. Avisa-se que ao longo do proximo mes a epoca continuara aberta, no entanto, espera-se menos intensidade.

Ao protagonista desta primeira despedida: a bifa deseja-te uma boa viagem e boa sorte nas aventuras que se aproximam.